terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em homenagem a Vergílio Ferreira II

Escrevo na doçura de um beijo,
Na meiguice do olhar dos outros,
Nos comoventes espaços silenciosos
Das palavras ditas e não ditas.

Registo, em pormenor, o Tudo e o Nada
No seio do grito Universal do Pensamento
Que se move nos interstícios da Terra
Que rodopia, em torno do seu próprio
Círculo, sempre aberto, sempre redondo.

Entrevejo, ao longe, a invisibilidade dos seres
Encerrados nos seus casulos, emaranhados
Nas mais finas teias, caminhantes, suaves
E leves, de todos os caminhos paralelos
Que a tragicidade existencial chamam
E manifestam.

Vivo no Universo insólito de um mundo sonhado.
Da realidade terrena se afasta.
Ergue-se para os límpidos céus,
Para a harmonia musical das esferas divinas,
Sempre perfeitas,
Para a singeleza do cosmos dos Anjos,
Guardiões das Consciências apoquentadas,
Auditores dos pensamentos inconscientes,
Mensageiros dos insondáveis segredos
Das mentes altruístas, que aí estão
Na face eterna do Mistério do Mundo.

Isabel Rosete

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